Em 1897, os estudantes de Farmácia e da Escola de Partos da Santa Casa, estavam se organizando para fundar a Faculdade de Medicina, publicaram o primeiro jornal estudantil de Porto Alegre -" O Acadêmico" seus redatores todos estudantes de Farmácia foram: Antonio Correa, Mario Guimarães, Raul Azevedo e Sulpicio Siqueira. Em 1898, fundação da Faculdade de Medicina e Farmácia e englobava tambem o Curso de Partos, no dia 25 de julho. O inicio do curso de medicina foi em março de 1899. A formatura da primeira turma de farmaceuticos foi em 1901 e dos médicos em 1904, entre eles havia uma mulher a Dra. Alice Maeffer. O paraninfo foi o Prof. Olinto de Oliveira e orador dos doutorandos foi Mario Totta. Em 1901, a Direção da Faculdade de Medicina, estava com o vice-diretor, pois Protásio Alves, diretor, fora chamado por Castilhos para auxiliar em decisões politicas no Palacio. Ele, o vice Alfredo Leal, recebeu um telegrama de Pinheiro Machado, comunicando a edição do decreto oficializando a Faculdade de Medicina e Farmacia. Foi uma festa que uniu a população e os estudantes, foguetearam o dia todo com fogos de bengala, que não explodiam, para não incomodar os serviços religiosos. E dividiram-se em duas facções, uma queria festejar e agradecer ao senador Pinheiro Machado e a outra desejava festejar em nome do deputado federal, amigo da Faculdade, Rivadavia Correa. O diretor republicano convicto, e amigo de Castilhos e Pinheiro Machado, anunciou que ele faria os agradecicmentos pela decisão do Governo Federal. E sairam pela rua da Praia, aos vivas e vivas, durante vários dias. As duas facções brigaram e soquearam-se na rua da Praia, em frente onde hoje estão as Lojas Americanas. O vice-diretor avisou que ele ia fazer um agradecimento em nome de todos. Em plena rua, o estudante de Farmácia Antonio Correa e Mello, discutiu em altos brados com Alfredo Leal, revidaram-se, e o estudante acertou a face do vice-diretor que caiu na calçada. Levantou ligeiro e já portando sua arma e acertou dois tiros no peito do rapaz. Faleceu ali mesmo, e foi uma disparada. Alfredo Leal permaneceu estático junto ao rapaz e felizmente aproximou-se o professor da Escola de Farmacia João Daudt Filho, e conseguiu por varias ruas, escapando-se da turba, chegou ao Palácio do Governo, e foram recebidos por Julio de Castilhos, depois de meditar, chamou o oficial e recolheu o vice-diretor ao quartel da Brigada na Praia de Belas, onde permaneceu quasi um ano aguardando seu julgamento. O enterro e o velório nas pequenas salas da Faculdade na rua da Alegria (Gen. Vitorino 50). No túmulo falaram o poeta e escritor Alcides Maya, e os irmãos famosos Alvaro e Augusto Porto Alegre. Eram anticastilhistas e isto foi um passo dificil para a Faculdade, por outro lado ela foi coberta pelo manto poderoso do Governo Federal. E este fato ajudou a se manter viva. A Faculdade continuou e o Prof. Diogo Martins Ferraz inaugurou no mesmo ano a primeira Biblioteca , eram 350 volumes, doados pelos professores, na maioria na lingua francesa, e foram utilissimos para a formação dos primeiros médicos. No ano de 19o2, foi o do julgamento de Alfredo Leal, no grande juri. Presidido pelo Prof. André da Rocha, e mandou a Brigada Militar afastar a tiros de mosquetão a estudantada que começou aos gritos pedir a condenação do professor. Ele foi defendido pelos famosos advogados :Plinio Casado, Germano Hasslocher, James Darcy e Timoteo da Rosa e foi absolvido. O advogado do aluno o Dr. Andrade Neves acusou o cel. Marcos de Andrade de ter "cabalado" o
juri. Nicanor Letti - site nicanor.letti@terra.com.br.
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