Faculdade de Medicina da UFRGS

Sociedade de Oftalmo-Otorrino em 1934

A Sociedade de Oftalmo-Otorrino foi fundada em 4 de janeiro de 1934, por iniciativa do Prof. Ivo Correa Meyer ao convocar os oftalmologistas para fundar uma sociedade, mas ao iniciar a reunião ela se tornou uma simbiose entre os oftalmos e otorrinos, recebida pelo Prof. Ivo com entusiasmo Em 4 de janeiro de 1934 foi oficialmente criada a Sociedade de Oftalmologia e Otorrinolaringologia. Foram escritos os estatutos e as diretorias seriam anualmente intercaladas entre um oftalmologista e um otorrinolaringologista. Foram seus presidentes desde então: 1034-1935: Prof. Ivo Corrêa Meyer (oftalmo), 1936-1937: Alberto de Souza(otorrino), 1938-1939: Ivo Corrêa Meyer, 1940-1941: Arthur Mascarenhas (Otorrino), 1942-1943: João G. Valentim (Otorrino), 1944-1945: Luiz A. Osório(oftalmo), 1946-1947: Saul Fontoura(otorrino), 1948-1949: Ary Pinto(otorrino), 1950-1951: (otorrino), Mario A. Azambuja (oftalmo), 1952-1953: Carlos Carrion(oftalmo), Pedro G.F. Vieira 1954-1955 (otorrino), Paulo Esteves 1956-1957(oftalmo). Ivo Kuhl, 1958-1959(otorrino). Nesta gestão o Dr. Ivo Kuhl escreveu no Boletim Informativo um editorial saudando o jubileu da entidade, em março de 1959. Ivo Correa Meyer no mesmo boletim, escreveu um extenso saudação da Sociedade. Os socios efetivos eram os que exerciam na capital e os adjuntos eram os que trabalhavam no interior. Os sócios da capital eram os seguintes: Alberto de Souza, Aldo Foernges, Alfredo Mariani, Alfredo Schermann, Alvino Wagner, Angelo Spolidoro, Antonio de Souza, Antonio Vianna, Armando de Lara, Arthur Mascarenhas, Ary Antonio Pinto, Atilio Capuano, Carlos A. M. Carrion, Carlos Buede, David Sampaio Lima, Decio Lisboa de Castro, Diogo Ferraz Filho, Dirceu Mazzei, Eduardo A. Brasil, Eliezer Andrade, Ernani Mentz, Fernando V Alves, Flavio Ferreira, Hugo Rothmann, Hunberto Lubisco, Isaac Teliichewski, Israel Schermann, Ivo Adolpho Kuhl, Ivo Barbedo, Ivo Corrêa Meyer, Jairo Cruz, Jaudecy Hausen, Jaime Schilling, João Borges Fortes, João G, Valentim, Jose Araujo Fabricio, Jose da Costa Gama, Julio Boccacio, Leon Knijnik, Licio Pavani, Luiz A. Osório, Manuel Duarte, Mario A. Azambuja, Moises Sabani, Murilo Pinho, Nelson Correa, Paulo Esteves, Pedro Vieira, Rivadavia Corrêa Meyer, Ruy Osorio, Saul Fontoura, Simão Brunstein, Simão Sprinz, Thomaz Behrendt, Victor Mevedovski, Victor Shmidt e Wilson de Oliveira Leite. Nicanor Letti- site: nicanor,letti@terra.com.br -



Assistência Pública de Porto Alegre 1898-1944

A Assistência Pública Municipal de Porto Alegre foi criada em 1898, pelo prefeito José Montauri. Os professores Nogueira Flores e Rodolfo Massom foram nomeados para organizá-la e escolheram os médicos e enfermeiros. Trabalhavam à noite e enviavam para a Santa Casa os casos que necessitavam cirurgias. Seguiu-se na sua direção o Dr. Breno Cárdia Alves e Affonso Aquino, e por sugestão do Dr.Protásio Alves diretor da recem fundada Faculdade de Medicina e Pharmacia, a Assistência foi dividida em Postos: o primeiro junto a prefeitura, no centro da cidade aos cuidados do dr. Pitta Pinheiro. o segundo na Azenha com o dr. Rache Vitello, nele atendiam-se urgências psiquiátricas. O terceiro na Cristovão Colombo, com o dr. Landell de Moura e o quarto na rua Pereira Franco aos cuidados do Dr. Breno Cárdia Alves. Em 18.11.1925 foi novamente centralizado pelo novo prefeito o dr Otávio Rocha (1924-1928), para a rua Jose Montauri 175 num prédio depois demolido para a construção da av. Borges de Medeiros. Foi seu chefe o dr. Afonso Aquino e os plantonistas: Paula Esteves, Rache Vitello, Washington Martins e Bonifacio Borba. Foram tambem designados para a verificação dos óbitos e da Higiene Pública.A primeira turma de doutorandos-internos foram Euclides Moreira, Velocino Pereira, Gumercindo Medeiros, Galeno Gomes e Antonio Louzada. Em 1934, a Assistência Pública foi transferida para a Cel. Vicente esquina com a Julio de Castilhos, (onde hoje está o Bradesco) e permaneceu até ser transferida para o Pronto Socorro atual (1934-1944). Os médicos reponsáveis pelo seu funcionamento foram: Walter Castilhos, Henrique Domingues, Antonio Louzada, Rubem Bier, Julio Bocaccio, Gabriel Moraes e Sergio Cattani Curtis. Em 1926 foram internos Huberto Wallau, Waldemar Job, Fernando Ortiz Schneider, Antonio Louzada e Ennio Marsiaj. Em 1927, Érico Isnard Peixoto, Ivo de Oliveira, Alvaro Barcellos Ferreira, Mario Cini, Paulo Ribeiro Campos, Arnaldo Sarubi, Alfredo Hoffmeister. Em 1929, Jayme Domingues, Altair Vieira Simch, José Fonseca Milano, Ruben Bier e Ito João Snell, Em 1930, Pedro Rosa, Fernando Dias Campos, Fernando Postiga e Galileu ddo Valle. E 1933, Paulo Carvalho Ribeiro, Ernani Bernhardt, Carvalho da Costa, Jose Silveira, Moises Cutin, Francisco Schmidt. Em 1935, Luiz Malluf, Guido Hoffmann, Jose e Joge Kalil, Olécio Cavedini, Thomaz Assunção Pereira. De 1937 a 1941 folram internos os doutorandos: Celso Aquino, Damasceno Ferreira Filho, Mario Dani, Cecil Agne, Haley Marques, Alceu Porto Alegre, Oscar Peteersen, Francisco Pascoal, Luiz Carlos Ely, Fausto Dolmingues, Leo Mabilde, Clodis Prates Vieira, Paulo Prates, Ivo Kuhl, Sabino Arias,Artur Toscano Filho, Jose Fracasso. Em 1942, Edgar Diefenthaler, Harryde Oliveira, Sacrovir do Canto Lisboa, Julio Olzeweski, Isaac Cutin, Armando Ghelen. Em 1943, Aldo Simões Duarte, João Borges Fortes, Antonio Ribeiro Messias, Ari Pinto Garcia, Francisco Karan e Sinval Santos. Em 1944 o primeiro diretor dop novo Hospital foi o Prof. Luiz Sarmentol Barata. ---Ncanor Letti- site: nicanor.letti@terra.com,br

Raul Di Primio - segunda parte - Bibliografia

O professor Raul Di Primio, foi um dos professores que mais escreveu em sua especialidade em favor dos seus alunos e para as entidades públicas de higiene e até explicando aspectos do regionalismo e o desenvolvimento parasitógico do ambiente do sul do Brasil. O jesuita Pe. Rambo estudou nossa flora exaustivamente, e Di Primio descreveu as doenças e parasitas que afligem e afligeram nosso passado. Publicou seus trabalhos na grande maioria nos Anais da Faculdade de Medicina, tendo inclusive sendo, em determinado tempo, seu editor. "O Impaludismo Autóctone no RS", "Impaludismo e Anofelismo no RS", "Resevatorio de Protozoários e suas relações com os vetores" Tése do concurso em 1938. "Carbúnculo" em 1950. " Doença de Chagas e o Regionalismo Gaucho" 1959, "Quarta Contribuição dos resíduos f e ecais de origem alimentar". "Hemogregarinas do Brasil, Presença de Haenmoproteus Columbae no RS". "Da influencia dos Fenomenos Metereologicos e das condições geográficas sobre os parasitas animais e as parasitoses. "O exepcional e o longo jejum do Ornithodorus e aBrasiliensis Aragon, id". "A terapeutica do TÉTANO" um estudo médico. A presença do "Plasmodium Falciparum" no RGS. A forma clinica da "Varíola Menor" estudo médico. A presença do "Aedes Aegpti" em Porto Alegre. Os "Flebotomos" no litoral do Estado. " Operações de guerra e malária" estudo médico. "Tratomideos no RGS" "Habitação rural à prova do triatoma" Situação da malária no RGS" Distribuição geofrafica dos Tratomideos no RGS e estudos sobre a recuperação sanitária e elevação do nivel economico da Zona Malarígina de Torres no RGS. Os "Transmissores da Doença de Chagas no RGS", com seus respectivos índices de infecção. "O Fazendeiro Gaúcho e a Doença de Chagas". Pesquisa de triatomideos na zona serrana-missioneira do RGS e no Alto-Taquari e Montenegro, em Farroupilha, Garibaldi, Bento Gonçalves e Veranópolis. Distribuição geográfica do Triatoma Infestans e sua infecção pelo Schizotrypanum Cruzi no RGS. e muitos outros trabalhos no interior do Estado. Nicanor Letti site: nicanor.letti@terra.com.

A Faculdade e o Pronto Socorro Municipal

A Prefeitura de Porto Alegre, sob o comando do Dr. Loureiro da Silva, em 1944 inaugurou o Pronto Socorro Municipal, na esquina da av. Oswaldo Aranha com a rua Venâncio Ayres. Para o novo prédio transferiram-se os médicos e os auxiliares estudantes de medicina e os enfermeiros para a nova casa de saude de urgencia, imaginada pelo Prof. Bruno Marsiaj e executada pela Prefeitura. Todo o pessoal que atendiam na antiga Assitencia Publica, era caseira e se os pacientes necessitavam internação eram encaminhados para a Santa Casa ou outros Hospitais. Antes do inicio do trabalho do novo Pronto Socorro varios cirurgiões e clinicos estiveram em Buenos Aires para aperfeiçoamento em urgèncias médicas. Não temos os nomes dos internos. Mas no ano de 1945 foi todo registrado, inclsive numa fotografia do corpo médico e internos no livro de memórias do Dr. Telmo Kruse. Só podiam fazer exame de estagiários estudantes do quinto e sexto ano do curso de medicina. Foi uma grande escola para aperfeiçoamento saindo pelo interior praticando cirurgia e principalmente na traumatologia e na neurologia de urgencia. Os plantões eram semanais de 24 horas. O corpo médico do Pronto Socorro era preparado e foi aperfeiçoando-se com a radiologia, serviço de queimados e outros. Foi uma grande escola onde havia laboratorio, biblioteca e outras iniciativas. Considero o grande escritor sobre os acontecimentos médicos nos plantões o Dr. Henry Wolff, foi interno e na sua atividade escreveu nos livros "Mar de Solidão" e "Por amor tambem se casa" ademais o grande escritor dos acontecimentos no plantão e depois como médico o Dr. Jairo Cruz no livro: "Ama teu médico atraves da vida". Nicanor Letti - site: nicanor.letti@terra.com.br.

Professores Eméritos da UFRGS em 2009

No primeiro semestre do ano de 2009 a Universidade Federal do RGS outorgou, em sessão solene o título de Professor Emérito aos seguintes professores: Waldomiro Manfroi, Ellis Busnello, João Carlos Prolla e Luiz Rohde. A AMRIGS publicou um elogio e uma pequena biografia de cada um dos médicos, na revista de número 53 de julho-set de 2009, com fotos dos homenageados, permitindo-nos elaborar este capítulo de nossa História da Medicina. Waldomiro Carlos Manfroi: Nasceu em Nova Bréscia em 6 de janeiro de 1937. Depois foi para Sarandi. Dos seis aos dezesseis anos, morou na Vila Pinhal, município de Palmeira das Missões. No Colégio Sarandi cursou o ginasial e o primeiro do científico no Colégio Estadual Prof. Annes Dias, em Cruz Alta e concluiu o curso cientifico no Colégio Júlio de Castilhos de Porto Alegre, 1959. Prestou exame vestibular na Faculdade de Medicina em 1960, sendo aprovado. Formou-se médico em 1965, sendo escolhido orador da turma na Formatura. É médico cardiologista. Aperfeiçou-se em Syracuse nos EE.UU. Ocupou a direção da Faculdade de Medicina por duas vezes: 1985-1988 e 2001-2003. Em 1897, apos concurso obteve o cargo de Professor Titular. Pro Reitor de Extensão da UFRGS de 1998-1999. Tem mais de 95 trabalhos publicados. E apos estudar a arte de escrever já tem mais de 10 romances publicados. Ellis Alindo D'Arrigo Busnello é o outro médico e professsor que recebeu o título de professor Emérito da UFRGS. Nasceu em 7 de maio de 1932, em Bento Gonçalves. Estudou o primario e secundário em Bento Gonçalves, e em 1947 estudou no Colégio Júlio de Casstilhos e em 1950 submeteu-se ao vestibular na Faculdade de Medicina. Graduou-se em 1955, e foi interno do Pronto Socorro e estagiário voluntário no Hospital São Pedro. Fez vários cursos de aperfeiçoamento em psiquiatria que foram o embrião dos futuros cursos de pós-graduação e recebe em 1960 da Faculdade de Medicina o título de especilaista em Psiquiatria. Em 1959 foi designado para exercer a função de Piquiatra do Hospital São Pedro. E de Diretor. Em 1963 inicia sua formação Psicanalitica. Em 1977 é Livre-docente da Faculdade e nategoria de Prof. Adjunto. Nessa qualidade desenvolle sua maior atividade de consolidação da formação pos-graduada sensostrito na área de saude no RGS.Fez concurso em 1989 de Professor Titular na Fundação Faculdade Federal de Ciencias Médicas. João Carlos Prolla, nasceu em 24 de junho de 1935, em Cacequi, filho de Eugenio Prolla e Emma Marcos Prolla. Mudaram-se para Porto Alegre em 1950 e Prolla estudou no Colégio Rosário, Foi aprovado no vestibular de Historia Natural e Medicina da URGS. Frequentou ambas Faculdades. Foi discipulo dos professores Jose Martins Job, Mario Rangel Balve, Nelson Porto e Fernando Carneiro. Em 1961 iniciou no magistério e ganhou uma bolsa de estudos da Fundação Kellog, na Universidade de Chicago, no serviço do Prof. Joseph Kirsner de citologia digestiva e publicou vários trabalhos publicados em revistas médicas americanas. Em 1971 reassumiu o laboratório de citopatologia do Pavilhão Pereira Filho e iniciou a montagem do laboratório do Hospital das Clinicas Prolla colaborou com o curso de Pneumologia do Dr. Mario Rigatto, e no de Gastroenterologia do Prof. José Cutin. Ajudou em 45 teses de mestrado e doutorado. Recebeu com suas poublicações fama mundial. O Prof. Luiz Rohde, nasceu emm Paraiso do Sul. Cursou Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Santa Maria. Formou-se em 1961. Como estudante foi Chefe do Secretariado, Presidente do Centro Academico e Presidente Interino da União Nacional dos Estudantes de Medicina. Foi Orador da Turma. Fez pós-graduação com residencia de tres anos no Hospital de Clinicas da Universidade São Paulo, classificando-se em primeiro lugar. Frequentou o General Massachusets Hospital, a Lahey Clinic Foundation, as Unioversidades de Munchen, Erlangen e Heeidelberg. Fez concurso para titular de Cirurgia do Ciencias de Saude de Porto Alegre na Santa Casa e tambem Concurso Publico na Faculdade de Medicina da UFRGS, onde se destacou como professor e foi Diretor da Faculdade. Nixanor Letti ´nicanor.letti@terra.com.br

O inicio da Fac. de Medicina.- Leis e fatos

A Faculdade de Medicina e Pharmacia de Porto Alegre, fundada em 25 de julho de 1898, funcionou a partir de 15 de março de 1899. Em primeiro de setembro de 1900, pelo decreto federal número 3758 foi equiparada para todos os efeitos às suas congêneres oficiais, sendo nomeado Delegado Fiscal o Dr. Balduino do Nascimento que permaneceu no cargo até 15 de maio de 1905. Foi seguido pelo Dr. Francisco de Paula Dias de Castro, exerceu o cargo até 9 de agosto de 1907 e solicitou exoneração. Foi nomeado, então, o Dr. Candido Ferreira dos Reis que permaneceu no cargo até 5 de maio de de 1911. Nesse ano a Lei Orgânica do Ensino de 5/04/11 foram extintos os cargos de Delegados Fiscais. Pela mesma lei a Faculdade reorganizou-se sob o titulo de - Faculdade de Medicina de Porto Alegre. Criou novas cadeiras do curso de medicina e alterou a duração dos cursos de farmácia e odontologia de dois anos para três anos. Foi então a única Faculdade Livre de Medicina no Brasil, considerada idônea para os efeitos de fiscalização, em reunião do Conselho Superior de Ensino, realizada em 20 de maio de 1915. Foi nomeado Inspetor o dr. Eduardo Emiliano Pereira dos Santos. Em primeiro de março de 1916, foi decretada a equiparação da Faculdade de Medicina e Porto Alegre, às outras e ainda a única a alcançar tal regalia e nomeado o mesmo Inspetor. As condições para as matriculas eram: 1.certidão de idade (mínimo de 16 anos; 2. certidão de identidade. 3. certidão de idoneidade moral. 4. certidão de vacina. 5.certidão de pagamento da taxa de (250.oo)- 6. certidão de aprovação em humanidades. A lei Rivadavia permitia que os preparatórios fossem realizados nas Faculdades. Mas após a Lei Maximiliano, que criou os exames vestibulares. Uma das regalia era a facilidade que os alunos tinham para se transferir para outra faculdade equiparada.Os alunos podiam obter transferência. A relação dos alunos que se transferiram para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro foi a seguinte: Em 1900: Antonio Mattos de Azevedo e Diogo Fortuna. Em 1901: Armando Ribeiro Severo. Arthur Gama D'Eça, Fábio Nascimento Barros, José Puglia, José Obino, Moysés Alves de Menezes, Sebastião de Alencastro Guimarães. Em 1902: Antonio Carlos Penafiel, Fructuoso Fontoura Filho, José Carlos Vitale Filho, Luiz José Guedes, Mario Castro Pinheiro Guimarães, Octavio Domervillio de Alencastro, Octavio Berlink Coelho de Souza. 1903: Augusto de Macedo Costallat, José Fagundes, Renato Pacheco de Castro. Em 1904: Alvaro Carneiro Lassance, Aristides Costa Gama, Galeno de Revoredo Barros, Homero Azevedo, Henrique Altemberndt, Oscar Antunes Maciel, Ursulina Lopes Torres. Em 1905: Octaviano de Britto. Em 1906: Astholpho Antunes Maciel, Carlos Daudt Filho, Fernando Lartigau, José Maria Gomes, Nicolau Fragelli. Em 1907: Affonso Salgado, Antenor Granja de Abreu, Cesário Correa Arrudas e Sá, Ernani Lopes, Euribiades Barboza Gonçalves, Gustava K.Riedel, Ildegardis da Silva Vinhas, Heitor Guimarães, Jaime Poggi Figueiredo, Jaime Borges da Conceição, José De la Rocha Jr., Mario Teixeira de Mello, Octavio Job, Plinio Olinto, Paulino C. Ponsati, Raymendo Gonçalves Vianna, Reynaldo Frederico Geyer, Waldemar Gaulberto de Almeida. Em 1908: Diogo Simões Gaspar Filho, Eduardo Monteiro, Gabino Prates da Fonseca, Gastão Silveira Martins, Oswaldo Mascarenhas de Souza, Walmor A. Branco. Em 1909: Alvaro Fróes da Fonseca, Corintho Castanho, Juvenal S. Saldanha, Luiz Caetano Ferráz Sob.,Mario Santos, Tito Prates da Silva Filho, Oswaldo Rodrigues, Rodolfo A. Josetti. Em 1910: Alvaro Pedroso da Silva, Luiz Limongi, Junio Marcelino de Souza. Em 1911. Reginaldo F.Lourival, Sevriano de Almeida Filho, Ataliba Carrion, Alfredo Acquaviva, Adriano Fagundes Vasques, Gastão de Freiras, Gastão de Faria Correa, João da Silva Silveira, Mario Carrigé G da Silva, Ney Ramos de Azambuja, Raul S Bergallo, Tilly Pinto Torelly, Bernardino Gomes de Abreu. Em 1912: Luiz Deodoro de Faria, Francisco Orsi, Alcides Prates da Silva, Severo E do Amaral, Ivo Britto Pacheco, Dyonisio Magalhães Jr., Francisco de Paula Mascaranhas Filho, João Alfredo Lopes Braga, Aprigio Alves de Almeida Filho, Armando P. Xavier, Mario Kroeff. Em 1913: Eugenio Martins França, Hugo Ferrando, João Baptista Luzardo, Jose Antonio Morém, Diniz Martins Rangel Jr. Tulio de Saboia Chaves. Em 1915: Alfredo Touguinha, Elpidio Collares Feitosa. Em 1916: Armando Correa Barcelos, Amaury Appel Lenz, Carlos da Costa Pereira, Carlos da Silveira Antunes, Clarindo Verissimo da Fonseca, Isaltino Oliveira Coutinho, Helio Fernandes, Julio Vieira Diogo, Manoel Luiz Toledo Bordini, Oscar Giudice de Seixas, Valentim A. Fernandez, Augusto Maris Sisson Filho, Mario de Assis Brasil. Em 1917: Carlos Silveira Antunes, Rodolfo Warnecke, Pedro Paulo Mesko, Em 1918: Newton Massom Jacques, Pedro Maciel, José Narciso Silveira Antunes, José Gaspar Ferreira, Orestes Agnelo de Azambuja, Ernesto Mariante Carneiro, Rebeca Guertzenstein. Em 1919: Decio Olinto, Jabal de Carvalho Lima, Paulo F. S. Elejalde, Newton Barbosa Tatsch, Euridio Arthur Ferreira, Antonio de Souza, Osmarino Oliveira Terra, Boaventura da Costa Leite, Verissimo Teixeira Marques, Mario Casanova Ferreira, Celestino Antonacci, Carlos Ribeiro Menna Barreto, Mario Olinto, Raul Caetano Rasmussem, Ticiano Siqueira, Antonio Leal Andrade, Crescencio Miranda. --- Alunos transferidos para a SUIÇA: Antão de Assis Brasil, Atualpa Lopes Uflacker, Germano Walvits, Antonio M. da Costa Freitas, Ismael Dias da Silveira, Genes Cortes Leal, Henrique Gomes Ferreira e Carlos Zacharias Correa. Nicanor Letti - site: nicanor.letti@terra.com.br.

Apparicio Fernando de Brinkerhoff Torelly,

Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly (O Barão de Itararé), nasceu no interior da cidade de Rio Grande, dentro de uma diligencia, perto da divisa com o Uruguai, no dia 29 de janeiro de 1895. zona de campo aberto, seu tio criava gado e ovelhas. Aos 11 anos, foi internado na famoso Colégio dos Jesuitas, em São Leopoldo no RS. A maioria dos mestres eram de origem alemã. Cinco anos depois, durante seus estudos, editou um jornaleco manuscrito deu-lhe o nome de "Capim Seco", com tiragem de um exemplar, pela pesquisa feita, ele teria 15 ou 16 anos. Afirmam por pressão familiar, alguns anos depois, presta exames vestibulares, mas não existe qualquer documento sobre sua entrada e ter cursado até o quarto ano no arquivo da Faculdade de Medicina e Pharmacia, como era denominada naqueles anos. Ademais afirmam alguns autores que em 1916 escreve o único livro com seu nome verdadeiro, "Pontas de Cigarros" Em 1918, durante férias na fazenda do tio, sofre um problema cerebral, deve ter sido uma queda simples com contusão, pois logo retoma suas atividades. Mas abandona a Faculdade. Cremos que a Faculdade, naquela época, eliminava os documentos de alunos que abandonavam o curso. Os erros sobre a vida de Torely continuam, em recente artigo na Tribuna da Imprensa digital, o escritor Carlos Chagas refere uma atitude inteligente de Apporelly e diz ter acontecido em 1928. Impossivel. Depois da saida da Faculdade, viaja pelo Rio Grande e publica sonetos e artigoss em jornais e revistas como na "Kodac", "Mascara" e "Maneca". Casa-se nesta [epoca e mais uma vez não consegui os documentos do seu casamento. Sua esposa chamava-se de Alzira Alves e tem tres filhos com ela: Ady, Ary e Arly, esquisito, era mesmo de seu caracter pitoresco. Muda-se em 1925 para o Rio e se dedica até a morte ao jornalismo, dai em diante sua vida é conhecida em detalhes. Nicanor Letti. nicanor,letti@terra.com.br. -

O Dr. João Adolpho Josetti

Foi médico ilustre perfila-se ao lado dos grandes cirurgiões inovadores, corajosos e sábios do Rio Grande do Sul e do Brasil. Nasceu em Cuiabá em 11.12.1860. Sei pai, de origem italiana era médico do Corpo de Saúde do Exército. Após os preparatórios feitos naquele Estado, matriculou-se na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro em 1879. Formou-se em 1885, após brilhante defesa de Tése. No ano seguinte de 1886, foi designado para a Junta Militar do Rio Grande do Sul, criada no mesmo ano pelo Império. Em 1889, trabalhava na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, como cirurgião da Quinta Enfermaria e logo notabilizou-se principalmente na cirurgia abdominal, dominando muito bem a assepsia cirúrgica cujas regras foi o primeiro que as aplicou devidamente no nosso meio , problema fundamental para a época, tambem se destacou como notavel obstetra, tendo realizado inúmeros partos. Mas o que o consagrou na Obstetricia foi a técnica das cesareanas, pois realizava-as sem necessidade de retirada do útero. Miguel Couto ao recebe-lo na Academia Brasileira de Medicina declarou que Josetti foi o primeiro médico a fazer a cesárea com resultado íntrego mãe-feto na América do Sul. Mas a grande peocupação de Josetti era a tuberculose. Viajou para a Alemanha em 1891 e estagiou no Serviço do Dr. Robert Koch, o descobridor da bacilo da Tuberculose. Estudou Histologia, Clínica e acompanhou a execução de autópsias. Assistiu no Instituto de Higiene Frederico Guilherme, um curso para os jovens médicos militares alemães, sobre Tísica, ministrado por Koch. Somente com a interferência da Embaixada do Brasil, Josetti conseguiu vaga no curso, vedado a outros médicos, principalmente franceses, ingleses, poloneses e russos. Em Breslau fez um aperfeiçoamento de assepsia cirúrgica, onde a industria alemã estava lançando os cilindros duplos para assepsia de instrumentos e roupas. Viajou em seguida para várias cidades alemãs e suiças onde assistiu a moderna cirurgia da Europa. Trouxe para o Brasil inúmeros instrumentos cirúrgicos. No retorno da Europa comprou uma enorme chácara na Floresta em Porto Alegre, onde iniciou a construção em madeira e transformou-a em "Casa de Saúde Bela Vista", daí até hoje o nome do Bairro. No ano de 1906, foi adquirida pelo Exército onde foi instalado o Hospital Militar, quando inauguraram o Primeiro Pavilhão esteve presente em 1942 o Presidente da República Getúlio Vargas. O grande sucesso de Josetti não foram somente as 92 cesareanas feitas, mas foi o primeiro cirurgião da América Latina a realizar a gasserectomia (retirada do ganglio de Gasser, na base do crânio), devida a enxaqueca. Para tanto treinou em cadáveres a técnica de Klauser que assistira em Altona, na Alemanha. Na época foi a quarta a ser realizada no mundo, segundo Miguel Couto. Foi condecorado pelo Congresso Nacional junto com o Dr. Chapot-Prévost, da Faculdade de Rio de Janeiro que realizara a primeira cirurgia de xipófagos no Brasil. Foi um excelente professor, fez parte do primeiro grupo de médicos a ensinarem na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, mas logo resolveu ficar em sua clínica da Casa de Saúde. Nicanor Letti site: nicanor.letti@terra.com

O Bom Médico - de Moacyr Scliar

O bom médico é aquele que refaz, mesmo sem o saber, a trajetória da medicina através dos tempos. Como Hipócrates (460-377 a.C.), sabe que a vida é curta, mas a arte é longa; sabe que a ocasião é fugidia, a experiência, enganadora, o julgamento, difícil. Em suma: sabe que a doença representa um estraordinário desafio tanto em termos de conhecimento, quanto de equilíbrio emocional. Mas também sabe, como Hipócrates, que é preciso enfrentar o desafio com os meios que estão ao seu alcance. E a isso não se recusa. O bom médico sabe, como o francês Ambroise Paré (1510-1590), que curar é mais do que intervir, curar, como diz a origem latina da palavra, significa cuidar. Notável cirurgião, Paré revolucionou o tratamento dos feridos de guerra. Até então, os médicos limitavam-se a amputar pernas e braços, cauterizando os cotos com óleo fervente - o que resultava numa mortalidade elevadíssima. Que Paré diminuiu drasticamente simplesmente pelo uso de compressas úmidas nos ferimentos, o que reduzia a possibilidade de infecção. O bom médico sabe, como o inglês Thomas Sydenham (1624-1689), que a enfermidade tem certa lógica; segue aquilo que se pode chamar de uma história natural, que aos poucos, e seguindo um trajeto mais ou menos previsível, transporta a pessoa para uma outra realidade, a realidade da doença. Mas é exatamente esta trajetória que permite o estabelecimento de uma estratégia: prevenir a doença no sadio, diagnosticá-la precocemente no já enfermo, promover o seu tratamento se manifesta. O bom médico sabe, como o alemão Rudolf Virchow (1821-1902), que a doença deve ser procurada não apenas no que é visível, mas também ali onde os olhos não enxergam. Ele sabe que é preciso recorrer ao microscópio (e à radiologia, e à endoscopia, e a tantos outros métodos) que ampliam e complementam a capacidade de exploração do médico. Ampliam e complementam, mas não a subtituem. Político militante, Virchow também não deixou de denunciar as más condições sociais como causa da doença. O bom médico sabe ir do micro ao macro quando necessário. O bom médico sabe, como o judeu austríaco Sigmund Freud (1856-1939), que é preciso ter coragem de defender as próprias convicções (como aquelas sobre a existência do inconsciente), mesmo quando elas se chocam com os preconceitos e as ideias pre- estabelecidas. O bom médico sabe, como o brasileiro Oswaldo Cruz (1872-1917), que é preciso enfrentar a doença na população, mesmo trabalhando na complicada fronteira entre medicina e política. Neste Dia do Médico, temos de lembrar que o bom médico talvez não seja tão famoso como Hipócrates ou Paré, quanto Sydenham ou Virchow, quanto Freud ou Oswaldo Cruz, mas que, para seu paciente, para a comunidade da qual cuida, ele é a própria medicina, ciência e arte. - Nicanor Letti - site: nicanor.letti@terra.com.

O Prof. Ulisses de Nonohay

Ulisses de Pereira Nonohay, nasceu em Porto Alegre em 09 de julho de 1882, e faleceu no Rio de Janeiro em 24 julho de 1959 com 77 anos. Filho de João Pereira de Nonohay (Barão de Nonohay) e de Amélia Martins Pereira. Estudou nos colégios: Livia Fontoura e Margarida das Dores em Santa Maria. Em Porto Alegre na Escola Brasileira e Ginásio São Pedro. Ingressou na Faculdade de Medicina em 1900. Médico em 1906, com os seguintes colegas: Antonio Castro Pinto, José Hecker e Julio Hecker. Foi diretor do Posto Experimental do Ministério da Agricultura de Porto Alegre, Chefe do Serviço de Profilaxia da Lepra e Doenças Venéreas do DNSP. Médico especialista em sífilis e doenças venéreas. Foi catedrático da Faculdade de Medicina onde lecionou Clinica Dermatológica e Sifiligráfica. Diretor da Revista dos Cursos da Faculdade de Medicina. Redator da Gazeta do Comércio. Foi Membro da Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro. Tambem da Sociedade de Medicina de Porto Alegre e da Sociedade Brasileira de Tuberculose Rio de Janeiro, e da Sociedade de Dermatologia Brasileira e de Congressos em Buenos Aires e Córdoba na Argentina. Inaugurou o famoso IX Congresso Médico Brasileiro em Porto Alegre em 1926, falando sobre a Tuberculose sob seus aspetos humanos, biológico, Social e Médico. Em 1941 falou sobre "Profilaxia da lepra no RGS". Escreveu uma série de cronicas para o jornal "A Federação" "Travesseiros e infeções. Novos idéais sobre o contágio e a profilaxia das infecções respiratórias" E "Novos aspectos da medicina social e do saneamento". Nicanor letti. site: nicanor.ledtti@terra.com.

Funeral de Sarmento Leite- Fala de Rubens Maciel

Sarmento Leite faleceu em 25 de abril de 1935. O caixão mortuário foi colocado frente a escadaria interna do prédio. Ali o quartanista Rubens Maciel, em nome dos estudantes pronunciou as seguintes palavras:

Professor Sarmento, nosso grande mestre e grande amigo: Para dentro ainda os umbrais desta Faculdade, feita grande com a grandeza de seu devotamento; neste mesmo sitio em que parece perpassar ainda, acurvada peloss anos, a sua figura querida: trazidos de todos os cantos pela imensidade do pesar comum, os seus alunos se reunem e calam, para ouvir a sua última lição. Repare bem: vieram todos. Mesmo os que vinham pouco. Mesmo os que não vinham quase. Até os que não vinham mais. De perto,desprezando canseiras, esquecendo compromissos, deixando de lado por mesquinha, qualquer preocupação para que não fosse a de ouvi-lo. Iniciados que o medo ensaiam os primeiros passos, sob as naves magestosas do templo hipocratico; e mestres conhecedores dos segredos da arte, encanecendo já na luta pelo Bem. Vieram todos. Porque esta é a sua aula de encerramento do curso, e esse curso se conta por vinte anos de diretoria, 36 de magistério e toda uma vida de abnegação e de sacrificio. E juntos, em silencio, buscando enxergar por entre o nevoeiro de lágrimas, eles procuram compreender a maior de suas lições: aquela que não mais se indagam os segredos da Vida, mas se encara e sente a grandeza da Vida. Rodeado de homenagens as maiores que organizar se pôde, mas que ficam muito aquém do seu merecimento e do nosso desejo, sob a guarda carinhosa de uma Escola onde as hierarquias se apagaram, irmanados os corações no mesmo sofrimento; cercado pelo que a classe médica e a sociedade tem de melhor e mais fino, Sarmento Leite repousa no seu caixão mortuário. Não foi potentado. O cargo de diretor, a que se deu inteiro vinte anos de sua vida, não lhe traziam a possibilidade de merces e favores, com que comprar a estima fácil e a gratidão barata. Não foi um argentário. Nas ruas em que deslizam os automóveis de luxo, pouca gente notaria o passo tardo do velho senhor, trajando modestamente a sua roupa surrada e saindo cedo para chegar a tempo. Não foi um demagogo. Na sua linha de conduta não havia lugar para a encenação de grandeza, com que se pagasse, na administração da massa, das agruras do caminho. Foi um simples, foi um pobre, foi quase um ignorado. Tinha todas as condições dos que passam sem ruido, e no entanto seu enterro é uma consagração. Onde o motivo, onde o porque desta exceção? Lição admiravel e única, profunda pela significação e majestosa pelo ensinamento. O milagre da bondade e do despreendimento; da coragem e da decisão; da simplicidade e do afeto. A história simples e sublime do Mestre entre todos insigne, que viveu ensinando e que ensinou vivendo. Sarmento Leite foi o mais puro o mais nobre e o mais desinteressado dos amigos desta Faculdade. Diretor vinte anos, em épocas em que a vida da Faculdade exigia luta com o Poder Público, ele jamais titubeou em arriscar seu bem-estar e sua vida, desde que se tratasse do futuro da sua Escola. Nunca teve limitação de horário, nem se prendeu a atribuições de cargo. Trabalhava sempre e trabalhava em tudo. Foi bem-feitor desta Faculdade, e o malfeitor de si mesmo. E foi, tambem, o grande e sempre atento amigo dos alunos. Conhecia-os um por um, e somos quase quinhentos. A toda hora em todo o lugar, havia junto de si um caminho desimpedido por onde um aluno se aproximasse. Todas as petições tinham o seu interesse e todas as situações o seu conselho. Vinte anos apresentou relatorios da direção, e vinte anos, nesse relatorio, as faltas dos alunos foram representadas por uma página em branco. Como tesoureiro, exigia, como diretor perdoava: e houve, muitas vezes, na magreza do seu orçamento, cortes a fazer para pagar as liberdades do coração. E nunca pensou em recompensa. Incomodavam-no os elogios. Era bom com naturalidade dos que o são por natureza e sem esforço. Quando se agitam neste mare magnum que, disse-o insigne mestre, é hipertrofia dos direitos, ele continuou sempre na observância estóica do que considerava deveres. E, chegada sua hora, morreu como vivera: sereno, com equilibrioo e a tranquilidade dos que não tem crimes. Senhores: se toda a boa causa, como às vezes parece, traz consigo a crueldade de exigir uma vitima, pensando no presente e no futuro de nossa Escola, e no que ela custou de labores e desgostos, que envelhecem e matam, creio que estamos todos de acordo em que repousa neste esquife, galvanizado por uma vida inteira de luta, o despojo venerando do Grande Sacrificio. Velho Satrmento, como nós te chamavamos: perdoa se a palavra foi fraca, porque o sentir foi grande, e não houve calma para cuidar da forma. Os teus alunos que, com dever-te a Faculdade, vida em fora, hão de guardar aceso à tua lembrança e a lição de Beleza Moral que tu nos deste. Velho Sarmento, adeus. Nicanor Letti. site:nicanor.letti.com/

Prof. Alvaro Barcellos Ferreira


O professor Alvaro Barcellos Ferreira nasceu em Porto Alegre em 25 de setembro de 1906 e faleceu em 8 de outubro de 1978. Após os preparatórios da época, ingressou na Faculdade de Medicina e Pharmacia de Porto Alegre em 1922. Foram seus colegas de estudos: Antonio Xavier da Rocha, Bruno Attilio Marsiaj, Clodoaldo Brenner, Dirceu de Carvalho Pereira, Elpidio Bañolas, Érico Poester Peixoto, Ernesto Di Primio Beck, Fernando Ortiz Schneider, Heitor Silveira, Ilo Marino Flores, Isnard Poester Peixoto, Ivo Arnaldo Cunha de Oliveira, João Luchsinger Bulcão, José Candido Borba Lupi, José Guedes Luiz Lupi, José Henrique Barros de Araujo, Kant Keen de Lima, Mauricio Infantini Filho, Paulo Krieger, Pedro Sander e Velocino Pereira Lima. Foi paraninfo da Turma o Professor Serapião Mariante. Após a formatura esteve dois ou tres anos trabalhando como Clinico Geral em Antonio Prado, cidade da serra gaúcha, onde casou com uma moça da famúlia Grazziotim. Trabalhou junto no Hopital de Dr.Oswaldo Hampe. Em 1933, já em Porto Alegre-fez exame de Docência-Livre, sendo aprovado com distinção. No ano de 1934, a Faculdade abriu concurso para a cátedra de Clinica Propeudica Médica. Inscreveram-se para o concurso os Drs. Alvaro Barcellos Ferreira e o Dr. Fernando Lartigau. A banca foi composta pelos seguintes professores: Aurélio de Lima Py, Jacinto Gomes,Plinio da Costa Gama, Fabio de Barros e Eduardo Sarmento Leite Filho. Foi escolhido e aprovado o prof. Alvaro Barcellos Ferreira. E iniciou seu trabalho na Enfermaria 37, onde recebeu inúmeros estudantes e organizou um sistema propedeutico notavel. Foram seus assistentes: O docente Ary Barcellos Ferreira, Tenack Wilson de Souza, Apollo Correa Gomes e outros. Em 25 de setembro de 1944, Alvaro Bardellos aceita a transferencia para a Cadeira de Clinica Médica, na vaga pela aposentadoria do Prof. Aurélio de Lima Py, aprovada pela congregação baseada em parecer dos professores Raul Pilla e Celestino Prunes. Desde então, Alvaro escreveu "Lições de Clinica Médica" Livraria do Globo e "Propedeutica Respiratória" em 1942, El Ateneu de Buenos Aires. Ele foi paraninfo a turma de 1954. Como diretor da Faculdade nos anos que se iniciaram a transferencia para o Hospital de Clinicas, Alvaro Barcellos Ferreira exigiu que a direção fosse para o Clinicas. A primeira diretoria do Hospital queria adiar, mas Barcellos se instalou numa pequena sala do segundo andar sem muito apoio dos primeiros mandatários, nenhum era catedrático, todos eram assitentes. E lá ficou. Nicanor Letti - site nicanor.letti@terra.com.

Prof.Diogo Martins Ferráz

O Professor Diogo Martins Ferráz nasceu em Porto Alegre em 19 de janeiro de 1869. Após cursar o primário e secundário, ingressou na Escola Livre de Pharmacia como professor de Mineralogia. Mas na fundação da Escola de Medicina e Pharmacia em 1898 continuando com a mesma atividade e na medicina ensinou na cadeira de Fisica Médica, mas como em 1901 esta cadeira foi suprimida do curriculo. No mesmo ano foi nomeado bibliotecário da Faculdade. Esta atividade e respondendo por várias cadeiras como um professor de fazer tudo e substituir qualquer colega, sustentou a seu modo, o ensino da Faculdade. O principal foi o acontecido com a cadeira de Patologia Cirúrgica, para a qual fora nomeado o Dr. Licério Seixas que renunciou e o seu substituto foi Diogo Ferráz, regeu-a até o ano de 1932. Ao mesmo tempo foi nomeado de 1901 a 1905 professor interino de Fisiologia. Em 1908, ensinou interinamente a cadeira de Quimica Médica. E em 1908 assumiu a cadeira de Física Médica, colocada novamente no curriculo, regida por ele até o ano de 1917. Em 1907, assumiu a Diretoria da Faculdade de Medicina, de acordo com os Estatutos, até 6 de abril, até a eleição da nova diretoria com o Prof. Serapião Mariante como diretor. Em 1915 pediu a exoneração do cargo de Bibliotecário. Deixando um acervo de mais de 1o mil livros didaticos. Na nova bilbioteca, no Edificio no Campo de Polo - Hospital de Clinicas - uma sala com sua foto, como o fundador da Biblioteca Médica. Mas apesar de todas estas atividades na vida médica era um otorrinolaringologista. E em 1920 nos meses de abril e maio, substituiu o Prof. Alberto de Souza que viajara para a Europa. Em 1926 foi nomeado interinamente professor das cadeiras de Otorrino e Oftalmologia até 1930. Neste anol transferiu a Oftalmo ao Prof. Ivo Correa Meyer, nomeado após o concurso para catedrático. Em 1931 foi nomeado membro do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) da Faculdade, exercendo a funçãoi até 1932. Quanto se aposentou. Esta foi a vida multipla no ensino do excelente professor Diogo Ferráz. Nicanor Letti - site: nicanor.letti@terra.com.

Prof. Jacy Carneiro Monteiro

O professor Jacy Carneiro Monteiro de Uruguaiana (RS), neto do Barão de São Borja, Marechal Florêncio José Carneiro e pelo lado materno da família Martins Bastos. Nasceu em 18 de março de 1901, filho de Sebastião Carneiro Monteiro e de Izolina Bastos. Estudou no Colégio Anchieta e Júlio de Castilhos em Porto Alegre e em 1918 ingressou na Faculdade de Medicina e Pharmacia de Porto Alegre, apos os exames vestibulares. Foram seus colegas de curso: Anthero de Morais Sarmento, Arno Schneider, Dinarte Siveira Martins, Elyseu Paglioli, Florencio Igartua Filho, Francisco Salzano, João Augusto Calleya, Jorge Braga Pinheiro, José Fernandez Peña, José Kokot, José Soares Sarmento Barata, Luiz Belmonte de Montojos, Oscar Carneiro de Fontoura, Pio Martins Salgado, Raul Jobim Bittencourt e Sady Carvalho Ribeiro. Foi Paraninfo da Turma: o Prof. Raymundo Gonçalves Vianna. Foram diplomados no ano de 1923. No ano de 1924, estagiou no Rio de Janeiro na cadeira de Urologia da Faculdade Nacional de Madicina. Nos anos de 1925 e 26, clinicou em Lajes SC. durante dois anos. Em 1927, junto com o Prof. Francisco Guerra Blessmann, viajou pela Europa, seguindo as Clinicas Cirurgicas e Urologicas de Paris, Viena e Berlim. Visitou nas férias como turista o Egito, Terra Santa, Grecia e Turquia. Em 1931, submeteu-se aos exames para Docencia- Livre. Em 1941 foi designado catedrático de Clinica Cirurgica, substituindo o Prof. Frederico Falk. Em 1952, esteve na Europa para acompanhar o Serviço do Prof. Monod para ver a cirurgia pulmonar e observar o inicio da cirurgia do coração. Em 1960, com Bolsa da Rockefeller foi a Saint Louis, Cleveland e na Clinica Mayo. Seus assistentes na cadeira de clinica cirugicas foram os Drs: Hamilton dos Santos Pereira, Duilio Perrone Labieno Jobim. Quando se instalou o Departamento de Cirurgia unindo todas as cadeiras da especialidade, foi seu catedratico e chefe do serviço até completar 7o anos e jubilar-se. NicanorLetti. -site: nicanor.letti@terra.com./

A Radiologia na Faculdade Medicina

A Radiologia, surgiu da descoberta em 1895 por Roentgen e sua aplicação médica realizada pelo pediatra frances Beckerel, chegou ao Brasil em 1915, mas a Faculdade oficialmente nunca teve uma cátedra específica sobre esta grande descoberta. Os professores foram solicitando aos Provedores, para instalação do novo sistema, e aconteceu brilhantemente com ajuda da imprensa da época e de doações, compraram os primeiros aparelhos de Rx e os instalaram na Santa Casa. O batalhador inicial foi o prof. Carlos Wallau, e o primeiro diretor e executor do inicio do trabalho foi o Prof. Antonio Saint-Pastous de Freitas. aconteceram fatos interessantes, pois um dos primeiros aparelhos instalados no Hospital São Francisco pertenciam a Faculdade de Medicina. Ademais em Pelotas , em 23 de abril de 1898, o Dr. Alexandre Diniz Gastaud, com a participação do Dr. Edmundo Berchon des Essars, construiram uma bobina de Ruhmkof no Liceu Rio-Grandense de Agronomia e Veterinária, hoje Escola Eliseu Maciel, e radiografaram as mãos do Dr Essars e as chapas foram colocadas na vitrine da Livraria. O Dr. Páulo Duval descreveu este episódio. Mas o primeiro aparelho a funcionar no Brasil foi do Dr. José Carlos Ferreira Pires, de Formiga, Minas Gerais em 1896. Ademais o primeiro dispositivo de RX funcionando foi importado da Alemanha, pelo Dr. Agapito Gonsalez, de Santana do Livramento, pai de Salvador Gonsalez, que trabalhou e lecionou em Porto Alegre, antes de ir para o Rio de Janeiro. Na terceira década do século XX, profissionais experimentados , com estágios na Europa, fundaram o primeiro Instituto de Raio X. Eram o Prof. Antonio Saint Pastous de Freitas, Dr. Arthur Greco e Pedro Maciel. E com um grupo de competentes auxiliares: Norberto Pegas, Wagner Vieira, Carlos da Fonseca Pires e Inocencio Pires. O professsor Saint Pastous passou a chefiar O Serviço de Radiologia da Santa Casa, instalado num prédio, depois demolido, para erguer o atual Pavilhão Daltro Filho. Todos estes avanços eram não só para atender os pacientes mas para o ensino dos alunos da Fac. de Medicina. Em 1935, passaram pelo serviço Antero Marques, Braga Pinheiro, Hugolino Andrade de Santana do Livramento inventor da colegrafia endovenosa. Entre os anos de 1920-1940, lembramos os nomes de Nestor Barboza e após seu falecimento, seu irmão Carlos Barboza. Nicolino Rocco, Siegfrid Kronfeld, Boldoni (de Rio Grande), Dr. Cesar Santos, e de Osório Lopes. Na década de 1940 funcionavam tres Gabinetes de Radiologia, e no ano de 1943 foi criado a chefia do Serviço de Radiologia da Santa Casa, tendo como diretor o Dr. Carlos Osório Lopes. No Pavilhão São José foi instalado um gabinete radiológico com o nome de Ilka Beck Paglioli. Em 1951, com o n ome de Maria Luiza Bopp, foi criado outro Gabinete de Radiologia na Santa Casa. Depois da criação e construção de Pavilhão Pereira Filho, foi instalado um gabinete de Radiologia sob a direção do Prof. Nelson Porto. -Nicanor Letti - site:nicanor.letti@terra.com.