Antes de escrever o ambiente literário da época da fundação da Faculdade de Medicina, muitos nomes formados médicos são escritores e brilhantes literatos. Citamos alguns e se esquecemos de outros pedimos excusas: Olinto de Oliveira, Fabio Nascimento Barros (Severiano Serra), Martim Gomes, Victor de Brito, Ney Cabral, Raul Pilla, Gonçalves Vianna (genro de Olinto de Oliveira), Antonio Saint-Pastous de Freitas, Mario Totta, Alvarino da Fontoura Marques, Cyro Martins, Aureliano de Figueiredo Pinto, Antero Marques, Sergio Ortiz Porto e Moacyr Jayme Scliar.E a brilhante sátira gauchesca de Balbino Marques da Rocha "A Estancia de Dom Sarmento". No momento da fundação da Faculdade foi o advento do romantismo na Europa. E tiveram representantes do RGS e seguidores. Destaca-se em primeiro Manuel de Araujo Porto Alegre.- o Barão de Santo Angelo. Nasceu em Rio Pardo, e no inicio foi ourives e escreveu o poema "Colombo" e o drama "Estatua Amazonica". Foi para o Rio e depois para Paris sob proteção imperial e tornou-se o fundador do modernismo no Brasil. Durante a Revolução Farroupilha brilhava como literato o italiano Zambecari, e nas letras brilhou como jornalista, e desmentiu o boato de sua vinda para o Rio Grande mandado por Rosas para ajudar o Rio Grande ser uma provincia do Prata, mas sua atuação foi contraria e ajudou a fundar a imprensa no RGS. Anos apos a Revolução Farrapa surgiram, Felix da Cunha e Gaspar da Silveira Martins, este foi um grande orador e lider politico e estudioso dos costumes, Refere Lindolfo Collor "A palavra de Silveira Martins era a impetuosidade dos pampas transformada em revolta verbal". Nesta época apareceram no RGS um grupo de alemães fugitivos pelos acontecimentos politicos na sua Pátria. Entre outros estavam Karl von Koseritz, Karl Jansen e Wilhelm Ter Bruggen. Estes alemães formaram um cenáculo cultural na pequena POA. Koseritz fundou a Gazeta de Porto Akegre, e em alemão a Koseritz Deutsche-Zeitung, cuja velha coleção destes jornais foi doada a Faculdade de Mecicina em 1902. Pois haviam muitos mestres e alunos que liam o idioma alemão. Era um grande polemista o Sr Koseritz, e foi peça importante na fundação do "Parthenon Literario". Foi seu membro mais destacado Apolinario Porto-Alegre, conhecido como o "solitario da Casa Branca",e foi o primeiro estudioso dos costumes gauchescos. Escreveu "Paisagens" vários contos gauchescos, Monarca das Coxilhas, A Tapera, O valeiro, O creoulo do Pastoreio, Bromelias e Cancioneiro de 35. Foi sem duvida o maior literato do seu tempo. Apareceram nesta época: Eudoro Berling autor de "mãi", a poetisa Amalia Figueiroa, Joaquim Alves Torres, Damasceno Vieira e Mucio Teixeira. E o contista Jose Bernardino dos Santos, seus contos, De Cima da Serra, são esboços de grande valor. Em Pelotas viveu Vitor Valpirio contista das xarqueadas. Hilario Ribeiro e Bibiano de Almeida dois filologos de grande saber, surgiu tambem o grande poeta Lobo da Costa, imitava o condoreirismo de Castro Alves. Escreveu "Auras" e o "Ranchinho". Morreu em Pelotas tragicamente. O dramatista Arthur da Rocha escritor de peças teatrais excelentes considerado um dos melhores do Brasil. Depois da dissolução do Parthenon Literario, formou-se na Academia de Direito de São Paulo onde estudavam uma nova geraçao de intelectuais gauchos presididos por Julio de Castilhos, que seriam mais tarde os inimigos da Faculdade de Medicina. Este cenaculo que se reunia nas Arcadas da Faculdade de Direito paulista eram exaltados e estudiosos e seriam vultos da politica. Eram Julio de Castilhos, Assis Brasil, Alcides Lima, Fontoura Xavier, Barros Cassal, Ernesto Alves, Homero e Alvaro Baptista. e outros todos voltados para a instalação da República no Brasil. Mas de repente surgiu a Revolução de 1893 que embargou toda a produção literária e seus arautos estavam na luta ou entricheirados nos seus gabinetes. Instalada a Repúlica, apos a grande revolução, Andrade Neves Neto, fundou o "Mecenas" em Porto Alere, seus membros seguiam os simbolistas franceses. Mas surgiu Zeferino Brasil, baixa estatura, grande cabeleira, a favor da Faculdade, era um poeta da raça. Vovo musa, Traços corde rosa, Visão do Opio, Juca o letrado etc são obras dele. Ao lado surge Marcelo Gama, o poeta dos sonhos, da insonia, era empregado de Farmacia, o primeiro a desenhar outdoor. E surge Alcides Maya, grande amigo da Faculdade de Medicina e faz um corajoso discurso, no cemitério ao ser enterrado o aluno morto pelo diretor da Faculdade. Os outros poetas e escritores foram todos favoraveis a Faculdade como Pinto da Rocha, Cesar de Castro, Ezequiel Ubatuba, Faria Correa, Entre os mais recentes estão: Homero Prates, João Pinto da Silva, Roque Callage,Mansueto Bernardi, Alvaro Moreira e Faria Rosa. Nicanor Letti
site nicanor.letti@terra.com.br
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