Martim Gomes, nasceu em Quarai em 23.11.1884 e faleceu em 07.02.1979, foi professor de Ginecologia. Formou-se médico em 1908, na Faculdade de Medicina e Farmacia de Porto Alegre. Foram sseus colegas: Alcides Leiria, Amaro Joaquim Teixeira, Antonio da Silva Froes, Henrique D'Avila Ripper Monteiro, Ivo Affonso Corseuil Junior, João Manoel Ramos, Júlio De Souza Velho, Leopoldo Pires Porto e Plinio da Costa Gama. Foi a quinta turma formada pela Faculdade de Medicina. No "Panteão Medico Riograndense" em 1943, Martim Gomes no primeiro artigo, de apresentação, escreveu sobre a situação médica no RGS. A leitura é uma análise " psicanalítica", da situação dos trabalhos médicos daquela epoca. Desde 1841 a Câmara Municipal reconhecia que algumas pessoas curavam e outros faziam cirurgia e as boticas estavam sempre abertas. Tudo estava na lei. Mas a lei era cega e dura, e no sertão desértico , inhóspico, sem camaras para fazer diplomas e perniciosa por inflar as vaidades apechecadas, e, portanto perigosas. Entretanto, quando tudo ia assim naturalmente segundo as leis do bem e do coração, começou a surgir uma complicação escabrosa; começaram a descobrir de novo o Brasil, depois de 1889, o Rio Grande. Os viajantes diplomados de médicos, de enfermeiros mal farejavam esta terra gaucha, escreviam aos amigos de todo o mundo, chamando-os, porque aqui cada qual podia fazer a América e voltar com a bolsa cheia. O Rio Grande do Sul era o paraiso. Idéias avançadas. Lances geniais da filosofia e da politica, concretizada numa realidade única, para abolir esse cancro que é o monopólio, e a intangibilidade fanática da lei, a qual, para não ferir os principios da liberdade sagrada, não se tinha a liberdade de apreciar, discutir, ou considerar. Essas correntes de opinião, aforçuradas no ganha-pão eleitoral, foram finamente percebidas´pelas argutas, capacidades do estrangeiro sedento de ouro e de embuste. Muitos ingressaram na chamada politica. Ingressaram porque ja não lhe bastava descobrir este pedaço de Brasil. Sentiam uma generosa quasi heroica vontade de conquista-lo, domina-lo. O jeca sorria com desprezo, assuntando. O gaucho olhava com desprezo aquelas arrogancias apressadas, e continuava sonhando a paz dos seus inconscientes ideais de nobreza, do seu generoso respeito à liberdade e ao espirito de seus semelhantes. Esta linguagem era típica de um homem que pensava alem da ginecologia que era sua especialidade. Na décade de 1920, Martim Gomes escreveu vários livros com fundo psicanalítico: "La rêve et et selection des Idées"- 72 pag. 1927. "A criação estética e a psicanálise" de 193o. "As loucuras do dr. Mingote" 1933, livraria do Globo. "A flor de Tuna"1938. Estes livros tem todos algo com a psicanalise dos personagens. Marftim Gomes teve dois filhos médicos: o Dr. Apolo Correa Gomes, foi um excelente clinico e professor. E o Professor Fradique Correa Gomes que foi seu sucessor na cadeira. Nicanor Letti site: nicanor.letti@terra.com.
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