Faculdade de Medicina da UFRGS

E tudo começou no Alegrete....

Em 27 de fevereiro de 1915, em Alegrete RS. surgiu a primeira "LIGA MÉDICA", seu berço foi a Farmácia Popular de Péricles Silveira na Praça Nova, hoje General Osório. Eis a nota histórica do acontecimento registrado na edição de 27 de fevereiro de 1915 pela Gazeta: não foi a reunião de um grupo de médicos, mas se lançava e liderava uma idéia. Estiveram presentes os Drs. Alpheu Bicca de Medeiros, Alexandre S. Lisboa, Juvenal Saldanha, Severino Sá Britto, João Cardoso de Menezes e Syllo Teixeira da Silva por procuração. Entre outros assuntos, ficou decidido, unanimemente, o seguinte: de agora em diante só serão recebidos como médicos, nas relações dos presentes: 1. Os médicos diplomados pelas Faculdades oficiais ou equiparadas do Pais. 2. os médicos estrangeiros cujos diplomas sejam revalidados nas Faculdades acima referidas. 3. Os professores das Faculdades estrangeiras. 4. Os médicos estrangeiros de reconhecido valor cientifico. 4. Ficou resolvido, também, solicitar o apoio dos médicos do Estado, que preencham as clausulas acima, por meio de circular, na qual se aventará a ideia da reunião de um Congresso para tal fim. Foram aclamados presidente e secretário da LIGA, respectivamente os Drs. Alexandre S. Lisboa e Alpheu Bicca de Medeiros. o Dr. Alpheu viajou para Porto Alegre, e convidou para uma reunião no Grande Hotel e compareceram: Olinto de Oliveira, Serapião Mariante, Carlos Wallau, Jacinto Gomes, Firmo David, Heitor Annes Dias, Guerra Blessmann, Arthur Franco, Aurélio de Lima Py, Moisés Menezes, Otávio de Souza e Dioclécio de Pereira. Resolveram convocar o "Primeiro Congresso Médico do Estado e colocaram como patrono o Dr. Borges de Medeiros, presidente do Estado e outros positivistas. Mas Borges primeiro aceitou mas dias depois emitiu uma declaração pública: "que o intuito dos médicos alegretenses era de discutir a adoção de indébitas discussões sobre a liberdade profissional, coisa sagrada da constituição de Julio de Castilhos". Replicaram a carta de Borges e sua renúncia no papel de patrono, os Professores: Olinto de Oliveira, Guerra Blessmann e Alpheu B. de Medeiros. E o Congresso foi mantido, com grande repercussão em todo o Estado. Nesse interim ocorreu a morte do senador gaúcho Pinheiro Machado. E o Congresso devido ao luto e os espíritos descontrolados em todo o Estado, transferiu o Congresso para Maio de 1916. Mas foi novamente adiado e finalmente seria realizado em 1926, no mesmo local da Faculdade de Medicina ou seja no seu Salão Nobre, onde tres anos depois, foi o local que Getúlio Vargas assumiu a Presidência do Estado, escolhido por ele mesmo, para fazer as pazes com os médicos. E o Dr. Antero Marques, descreve o Congresso de 1926: soubera que Borges não permitiria a discussão da liberdade profissional, mas o Dr. Simões Lopes de Pelotas toma a palavra e inicia a fala sobre este assunto. Logo Fernando Magalhães e Miguel Couto que presidiam os trabalhos, encerram o reunião e foram vaiados pelos estudantes, principalmente ao descer as escadarias. E o congresso não se realizou. nicanor.letti@terra.com.


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