Faculdade de Medicina da UFRGS

É à-toa definir ato médico

Impensavel tentar definir algo inerente a uma formação médica de 6 a 9 anos de estudos teóricos e práticos. A incorporação de tecnologias super sofisticadas em todas áreas da medicina complicou definitivamente uma ação médica. Moysés Maimônides (1135-1204), morto há oitocentos anos, previu a confusão da atividade médica e escreveu a magnífica obra: "O Guia dos Perplexos", procurava uma conciliação entre fé e razão, para entender a medicina científica. E assim aconteceu. Na atualidade todas as ciencias auxiliam a medicina. E as ações médicas são uma mistura de raciocinios englobando as funções cerebrais gnósticas, mnésticas, fásicas e praxicas. O uso pelo profissional destas funções faz-se pela associação de idéias psicológicas irredutiveis entre si: da semelhança, da contiguidade e do contraste. Definir, portanto, ato médico é uma perplexidade, uma temeridade e uma ação anti-filosófica. Willian Osler no "Aequanimitas" afirma: "Vem o conhecimento mas tarda a sabedoria". Em assuntos médicos o cidadão comum, não possui conhecimentos adequados para entender a mais como no tempo dos romanos. Daí proliferaram charlatães na Roma antiga e na atualidade. Os portadores de cursos rápidos de 2 ou 3 anos, sem especialidade alguma, consideram-se aptos ao ato médico indefinivel. Osler completa. Não vos deixeis irritar por isso. O vento trouxe, o vento levou. A tentativa de serem médicos é vela murcha sem vento e sem fala. Como cantava Lupiscinio Rodrigues: é melhor brigar juntos do que chorar separados. Nicanor Letti site: nicanor.letti@terra.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário