A Faculdade de Medicina começou a funcionar em 15 de Março de 1899. Em primeiro de Setembro de 1900, pelo decreto federal 3758, foi equiparada as Faculdades do Rio e Bahia (as únicas existentes no Brasil) foi a terceira a ser oficializada. Foi nomeado Delegado Fiscal Balduíno do Nascimento, permaneceu no cargo até 1905. Em 30.09.1898, às 19 hs, foi realizada a primeira reunião dos professores, mais tarde será chamada de Congregação. Receberam a famosa carta de Julio de Castilhos, congratulando-se com a fundação mas advertindo que deveria ser uma entidade livre, sem qualquer Interferência do Estado seguindo os princípios positivistas. A carta foi arquivada e não respondida, pois o governo federal reconhecia-a e tinha um fiscal, algo inacreditavel pelos positivistas. Na mesma reunião foram designados para elaborarem os Estatutos os professores: Alfredo Leal e Dias Campos, estavam presentes: Protasio Alves, Serapião Mariante, Dioclécio Pereira, Dias Campos, Alfredo Leal, Carvalho Freitas, Cristiano Fischer, Arlindo Caminha e Silva Pereira. Na ata numero 2 estavam todos da ata anterior e mais Diogo Ferraz. Discutiram Os primeiros itens dos Estatutos. Na Ata numero 3 já estava presente Sebastião Leão e os estatutos determinaran que o secretario será eleito junto com o novo Diretor e deverá ser lente. Na ata 7 registram uma doação da Prefeitura de Caxias Rs: 500,00. Na ata numero 9, o professor Victor de Britto, define"que o ensino seja ministrado pelas lições teóricas, práticas e demostrações em doentes. E Olinto de Oliveira propõe a criação da Cadeira de "Bacteriologia". Esta decisão foi agitada pois os positivistas não acreditavam da existencia de bactérias. Mas a cadeira foi mantida e terminaram os estatutos e, completaram a equipe de professores. E como foi Olinto que propos, certamente sofreu pressão e discussão dos positivistas.Mas o governo federal foi melhorando suas exigências e a Faculdade se adaptando, Fatores importantes foram: A lei Rivadavia, determinou os documentos para ingresso Certidão de idade (mínimo 16 anos), certidão de identidade, certidão de idoneidade moral, e pagamento da taxa (250 mil Reis) e vacinação. Certidão de aprovação em humanidades . Antes eram feitos nos Ginásios oficiais. Mas em seguida pela Lei Maximiliano, foram instituídos os vestibulares.Em Janeiro constavam de dois exames: Línguas francesa e inglesa ou alemã. E o oral (Física, Química e historia natural). Nicanor Letti. site mailto:nicanor.letti@terra.com.br
Os literatos e a Faculdade de Medicina
Antes de escrever o ambiente literário da época da fundação da Faculdade de Medicina, muitos nomes formados médicos são escritores e brilhantes literatos. Citamos alguns e se esquecemos de outros pedimos excusas: Olinto de Oliveira, Fabio Nascimento Barros (Severiano Serra), Martim Gomes, Victor de Brito, Ney Cabral, Raul Pilla, Gonçalves Vianna (genro de Olinto de Oliveira), Antonio Saint-Pastous de Freitas, Mario Totta, Alvarino da Fontoura Marques, Cyro Martins, Aureliano de Figueiredo Pinto, Antero Marques, Sergio Ortiz Porto e Moacyr Jayme Scliar.E a brilhante sátira gauchesca de Balbino Marques da Rocha "A Estancia de Dom Sarmento". No momento da fundação da Faculdade foi o advento do romantismo na Europa. E tiveram representantes do RGS e seguidores. Destaca-se em primeiro Manuel de Araujo Porto Alegre.- o Barão de Santo Angelo. Nasceu em Rio Pardo, e no inicio foi ourives e escreveu o poema "Colombo" e o drama "Estatua Amazonica". Foi para o Rio e depois para Paris sob proteção imperial e tornou-se o fundador do modernismo no Brasil. Durante a Revolução Farroupilha brilhava como literato o italiano Zambecari, e nas letras brilhou como jornalista, e desmentiu o boato de sua vinda para o Rio Grande mandado por Rosas para ajudar o Rio Grande ser uma provincia do Prata, mas sua atuação foi contraria e ajudou a fundar a imprensa no RGS. Anos apos a Revolução Farrapa surgiram, Felix da Cunha e Gaspar da Silveira Martins, este foi um grande orador e lider politico e estudioso dos costumes, Refere Lindolfo Collor "A palavra de Silveira Martins era a impetuosidade dos pampas transformada em revolta verbal". Nesta época apareceram no RGS um grupo de alemães fugitivos pelos acontecimentos politicos na sua Pátria. Entre outros estavam Karl von Koseritz, Karl Jansen e Wilhelm Ter Bruggen. Estes alemães formaram um cenáculo cultural na pequena POA. Koseritz fundou a Gazeta de Porto Akegre, e em alemão a Koseritz Deutsche-Zeitung, cuja velha coleção destes jornais foi doada a Faculdade de Mecicina em 1902. Pois haviam muitos mestres e alunos que liam o idioma alemão. Era um grande polemista o Sr Koseritz, e foi peça importante na fundação do "Parthenon Literario". Foi seu membro mais destacado Apolinario Porto-Alegre, conhecido como o "solitario da Casa Branca",e foi o primeiro estudioso dos costumes gauchescos. Escreveu "Paisagens" vários contos gauchescos, Monarca das Coxilhas, A Tapera, O valeiro, O creoulo do Pastoreio, Bromelias e Cancioneiro de 35. Foi sem duvida o maior literato do seu tempo. Apareceram nesta época: Eudoro Berling autor de "mãi", a poetisa Amalia Figueiroa, Joaquim Alves Torres, Damasceno Vieira e Mucio Teixeira. E o contista Jose Bernardino dos Santos, seus contos, De Cima da Serra, são esboços de grande valor. Em Pelotas viveu Vitor Valpirio contista das xarqueadas. Hilario Ribeiro e Bibiano de Almeida dois filologos de grande saber, surgiu tambem o grande poeta Lobo da Costa, imitava o condoreirismo de Castro Alves. Escreveu "Auras" e o "Ranchinho". Morreu em Pelotas tragicamente. O dramatista Arthur da Rocha escritor de peças teatrais excelentes considerado um dos melhores do Brasil. Depois da dissolução do Parthenon Literario, formou-se na Academia de Direito de São Paulo onde estudavam uma nova geraçao de intelectuais gauchos presididos por Julio de Castilhos, que seriam mais tarde os inimigos da Faculdade de Medicina. Este cenaculo que se reunia nas Arcadas da Faculdade de Direito paulista eram exaltados e estudiosos e seriam vultos da politica. Eram Julio de Castilhos, Assis Brasil, Alcides Lima, Fontoura Xavier, Barros Cassal, Ernesto Alves, Homero e Alvaro Baptista. e outros todos voltados para a instalação da República no Brasil. Mas de repente surgiu a Revolução de 1893 que embargou toda a produção literária e seus arautos estavam na luta ou entricheirados nos seus gabinetes. Instalada a Repúlica, apos a grande revolução, Andrade Neves Neto, fundou o "Mecenas" em Porto Alere, seus membros seguiam os simbolistas franceses. Mas surgiu Zeferino Brasil, baixa estatura, grande cabeleira, a favor da Faculdade, era um poeta da raça. Vovo musa, Traços corde rosa, Visão do Opio, Juca o letrado etc são obras dele. Ao lado surge Marcelo Gama, o poeta dos sonhos, da insonia, era empregado de Farmacia, o primeiro a desenhar outdoor. E surge Alcides Maya, grande amigo da Faculdade de Medicina e faz um corajoso discurso, no cemitério ao ser enterrado o aluno morto pelo diretor da Faculdade. Os outros poetas e escritores foram todos favoraveis a Faculdade como Pinto da Rocha, Cesar de Castro, Ezequiel Ubatuba, Faria Correa, Entre os mais recentes estão: Homero Prates, João Pinto da Silva, Roque Callage,Mansueto Bernardi, Alvaro Moreira e Faria Rosa. Nicanor Letti
site nicanor.letti@terra.com.brDiscurso de Rubens Maciel- Ambulatorios HCPA
Decidiu a direção do Hospital de Clinicas de Porto Alegre, no término da implantação dos serviços assistenciais do Hospital, na inauguração fosse assinalada com uma comemoração. Muitas e de sobejo fundamentadas são as razões que justifiquem a decisão. Como porta-voz do Conselho. Não é possivel com os documentos que dispomos fixar o momento exato em que surgiu em nossa Faculdade de Medicina, a idéia de construir um Hospital de Clinicas. Ha evidencia que a idéia surgiu em novembro de 1931, uma de comissão de professoress dirigiu-se ao Interventor Federal Jose Antonio Flores da Cunha, solicitando um fundo de dez a doze mil contos de reis para construir o hospital.Apesar de todos os esforços de professores, nada foi conseguido, mas o saudoso Prof. Oscar Pereira construiu um muro, sobre a Protasio Alves, comoo primeiro marco desta obra majestosa. Criada a Universidade de Porto Alegre o assunto passou para a Reitoria, e foi em viagem para tratar do assunto, faleceram o Reitor Ary de Abreu Lima e o diretor da Faculdade Prof. Fernando Freitas e Castro, em desastre aéreo perto de Curitiba. A partir da Federalização em 1950 a situação mudou. Com o Reitor Alexandre Martins da Rosa, mas foi nos tres periodos do Prof. Elyseu Paglioli clarearam as dificuldades e se iniciou e terminou praticamente sua construção. No periodo imediato como Reitor o Prof. Jose Carlos Fonseca Milano, lutou contra a pulveriração dos oramentos e e deu um grande salto para sua conclusão, instalou um gabinete no Hospital, onde permanecia algum tempo para gerir mais de perto as obras. Em 1968 assumiu o Prof. Eduardo Faraco, designou tres engenheiros e um professor da Faculdade para estudar o planejamento do seu inicio. A comissão elaborou um documento que se tornou na lei numero 5604 de 2.9.70 criando a empreza publica e seu estatuto foi aprovado pelo decreto numero 68930 de 16.7,71 e o Hospital abriu as portas em fevereiro de 1972. Constituida a Empreza. As demais organizações foram passando gradualmente para o Hospital. Nicanor Letti - site nicanor.letti@terra.com.br
O Centro Academico e suas lutas num: 4 (cont.)
1939 depois do falecimento do grande diretor, a assembleia tambem aprovou que a sigla do Centro seria CASL. A Revista CAM (Centro Academico de Medicina), foi criada no mesmo ano, e seu primeiro diretor foi o academico Rubens Mena Barreto Costa e seus colaboradores Antonacci Rabelo, Enio Campos, Carlos Albers e Luiz Maluf. Em 1931 como o ano foi turbulento pela posse de Vargas na Presidencia da República, e alguns queriam mandar telegrama para a Presidencia, cancelando as provas, mas o Centro Academico foi contra, pois era um motivo fútil (sic) Em 1932, repercutiu no Centro a decisão do Prof. Martim Gomes, catedratico de Ginecologia e introdutor no RGS as idéias de Freud, recusou fazer parte da banca que devia examinar a tese do doutorando Dionelio Machado. No seu lugar a Congregação designou o Prof. Heitor Annes Dias. Os estudantes queriam saber dos motivos da recusa de Martim Gomes. 1934, os doutorandos elegeram como seu paraninfo o Prof. Raul Pilla, voltava do exílio e reassumia seu cargo na Faculdade. Ele aderiu a revolução de 32 de São Paulo contra Getulio Vargas. O governo de Flores da Cunha criou neste ano a Universidade de Porto Alegre e os estudantes tendo a frente o grupo
da medicina fundaram a Federação Academica de Porto Alegre (FAPA) cujo presidente foi o estudante de medicina Rubens Maciel. Mas em 1936 sua estruturação foi modificada, por apoio máximo dos católicos, e a transformaram em FEUPA e elegeram como presidente o estudante de medicina Mariano da Rocha Filho, da liderança catolica. Este nome permaneceu até a criação da UFRGS com a presidencia de Tuiskon Dick, e transformou-se em FEURGS. Em 1940 os academicos Edgar da Silva Sperb, Luiz Maluf e Alberto Machado dos Santos, representaram o CASL no IV Congresso Nacional dos Estudantes, promovido pela UNE no Rio de Janeiro. Em 1941, Getulio Vargas Estado Novo), emitiu um decreto-lei numero 3617 de 15/o9/1941 regulamentando nas Universidades e Faculdades os Departamentos Esportivos. E o academico Nilton Burch da Silva organizou os estatutos da ADAFM e foram aprovados pelo CTA da Faculdade, isto significava pela primeira vez Governo Federal destinava verbas para os academicos. Em 1942 a ADAFM teve um grande incremento, na presidencia de Levi Albuquerque de Souza e outros colegas que construiram no patio da Faculdade um campo de Voleibol. Em 1945, os estudantes que foram aprovados no vestibular fundaram o jornal "O Bisturi", era presidente Miguel Levi Viero. Era, no inicio, semanario tendo como diretor o academico Helio Leal, redator chefe Martim Graudenz e gerente Waldyr Ayta Mozzaquatro. Após algumas reuniões com a diretoria do CASL, foi resolvido que o jornal não era só da turma fundadora mas do CASL. Tranformando-se em orgão oficial como é até hoje. Em 1946 o presidente da ADAFM Antonio Spolidoro fundou o Clube Feminino do CASL, realizava reuniões aos sabados à tarde. As academicas organizaram o time de Voleybol, e disputaram o torneio da FUGE (Federação Universitaria Gaucha de Esportes), Em 1946 e 47 a presidenta foi Lisa E. Ebner, secretaria Lucy Brenner, T. Catarina Monteiro e diretora social Anita Steinbruch. Tambem em 1944 surge uma grande crise no meio universitário, culminou com a demissão da diretoria da FEUPA, congregava todos os centros academicos e tinha como presidente Helio Hoefel. Presidiu a reunião provisoria o academico de medicina Silvio Raya Ibañez conseguiu modificar a legislação eleitoral da entidade. Foi realizada uma grande eleição, os academicos de medicina dividiram-se em duas candidaturas foram: Saul Messias e Alvaro Petracco da Cunha. Venceu este ultimo, tinha como auxiliares na entidade: Paulo Brossard de Souza Pinto,da Faculdade de Direito e outros academicos e se destacaram na profissão. Editaram um numero da Revista FEUPA inédito. Em 1946, no Centro Academico Sarmento Leite surge um movimento inédito, Após varias Ãssembleias Gerais, desejavam mudar os Estatutos. Esta proposta de mudança estabelecia o Regime Parlamentar no CASL. Fora elaborada pelos academicos: Roberto Pinto Ribeiro, Pedro Luiz Costa, Oswaldo Petracco da Cunha e Silvio Raya Ibañez.- Instituia o Regime Parlamentar, com a votação de um Presidente e dos membros da Assembleia Geral - dois para cada serie da Faculdade. E um da ADAFM. Este regime vigorou no Centro Academico até o ano de 1973. Quando foi modificado e o CASL desde então decaiu. Em 1948 realizou~se em POA com patrocinio do Centro Academico a II Semana de Debates Cientificos, foi realizada, comandada e organizada pelo academico Carlos Grossmann e foi a mais concorrida do Brasil. Em 1945 e 46 o diretor da Revista do CASL, foi o dinamico academico David Zimmermann. Em 1945 o escritor Erico Verissimo a convite da FEUPA realizou onferencias na Faculdade de Medicina incitando os academicos para a democracia. Nicanor Letti. site nicanor.letti@terra.com.br
O Centro Academico e suas lutas num:3/cont.
1914 o presidente do centro academico Lauro de Oliveira funda uma revista oficial do Centro Academico "Vida e Arte", e em 1915 a Congregação elege como Diretor o Prof.Eduardo Sarmento Leite Fonseca, que permaneceu até às vesperas do seu falecimento em 1935. Em 1912, como a Faculdade era particular, a congregação decide matricular gratuitamente um determinado número de estudantes. A discussão foi muito grande e foi a primeira vez que representante dos estudantes podiam falar nas reuniões da congregação sem direito a voto. No mesmo ano foi aprovado um auxilio de um conto de reis para a formatura dos doutorandos, o requerimento foi assinado pelos alunos: Fernando Paula Esteves, Octacilio Rosa e Batholomeu Stein. Em 1915 no mesmo ano que Sarmento Leite assumira a direção da Faculdade, um grupo de médicos e charlatães reconhecidos fundaram a Escola Medico-Cirurgica, tinha um curso de tres anos, usava o Hospital da Brigada Militar para o ensino prático, pois Borges de Medeiros, alem de propiciar-lhe um Hospital, construiu um predio no Alto da Bronze, que atualmente é usado como Auditoria Militar. Ademais foi esta faculdade que nunca foi reconhecida pelo Governo Federal, fornecia o reconhecimento como médicos de inúmeros "charlatães" vindos da Europa para o RGS,.Em 1919, durante uma passeata de protesto contra a liberdade profissional, feita pelos estudantes de medicina, foi atacada na Ladeira por um grupo de policiais a cavalo, e mataram a golpes de espada o estudante Josino Vasconcellos Chaves. Sarmento agora diretor, tomou a si todas as providencias para não acirrar mais os animos, após o velorio na Faculdade ele Sarmento foio único oorador a beira do túmulo. Em 1925, por terem criticado a Escola Medico Cirurgica os academicos Oscar Daudt Filho e Antonio Bottini foram processados e condenados em primeira instancia, mas absolvidos na segunda instancia, foram acusados por Telmo Vergara e defendidos por Adroaldo Mesquita da Costa. Em 1926, durante o 9 congressso brasileiro de Medicina, no salão nobre da Faculdade de Medicina, a Brigada Militar cercou o prédio da Faculdade. Salvou a situação os professores do Rio Fernando Magalhães e Miguel Couto encerraram a reunião sob a vaia dos estudantes. E em 1928, assume o Governo DoEstado o Dr. Getulio Vargas, que escolheu o salão nobre da Faculdade de Medicina para o ato de posse, Foi o primeira iniciativa do Governo do Estado, para pacificar os espiritos. Pois em 1930 a Faculdade aderiu a Revolução de Trinta. Destacaram-se os dois estudantes Aureliano de Figueiredo Pinto e Antero Marques. Mas em abril de 1935, faleceu o Dr. Sarmento Leite, foi um grande funeral com o discurso famoso do aluno Rubens Maciel. Na primeira reunião da Centro Academico após a morte de Sarmento por proposição do estudante Alvarino Marques deu-se o nome de Sarmento Leite ao Centro dos estudantes de Medicina que perdura até nossos dias. Nicanor Letti, site nicanor.letti@terra.com.br
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O Centro Academico e suas lutas/ num: 2 (cont.)
Em 1903 aconteceu a morte prematura do Prof. Sebastião Leão, era estimadíssimo dos estudantes. No mesmo ano faleceu o Dr. Julio de Castilhos, durante a traqueotomia feita por professores da Faculdade de Medicina. Em 1905 funda-se a Federação dos Estudantes do Rio Grande do Sul e após é redigida a primeira "Revista Acadêmica" e faz-se a oficialização da Federação, tendo como diretor o academico de medicina Martim Gomes, secretario Maciel Moreira e redatores os academicos Getúlio Vargas, Manoel Duarte, Fernando Olinto, Julio Leal, Valdomiro Ferreira e Florencio de Abreu. A Federação tinha como sede uma casa na rua dos Andradas 134, com sala social, de jogos e biblioteca. Em 1906, grande agitação no meio estudantil da Faculdade de Medicina pela reprovação da tese de doutoramento de Eduardo Soares de Barcellos. A Banca foi composta pelos professores: Arthur Franco, Frederico Falk, Diogo Ferráz, Nogueira Flores e Carlos Wallau- A tese "Contribuição ao estudo dos tumores congênitos do cranio"Os estudantes reuniram-se sob a direção dos alunos: Catharino Azambuja, Ernani Lopes, Plinio Gama, Reynaldo Geyer, Raymundo Vianna e Benjamin Torres. E declararam greve geral. A congregação reuniu-se tambem e resolveram suspender por um ano cem alunos que aderiram a greve. Sarmento Leite, votou contra a suspensão dos alunos e apoiou a greve. Os estudantes reuniram-se em sua sede na rua dos Andradas e resolveram recorrer ao Ministerio da Justiça e Educação. E a maioria quando recomeçavam as aulas viajaram e se escreveram na Faculdade do Rio de Janeiro. Sarmento Leite acompanhou ao porto no embarque dos estudantes grevistas. Finalmente a Ministro anulou o conteudo da Ata da Congregação que suspendeu os alunos, mas a maioria ja estava no Rio e em 1907 forma-se só um aluno, o autor da tese que originara todo aquele qui pro quo. Em 1907 o Prof. Sarmento Leite aceita ser médico da Federação dos Estudantes e atendia uma hora por dia na sua sede. Em 1910 o Exército resolveu estabelecer a Instrução Militar aos estudantes de Medicina. O primeiro instrutor foi o tenente Joaquim Fernandes Távora, em 1924 foi um dos comandantes da Revolução de 1924 em São Paulo, , morrendo em combate naquela cidade, era irmão de Juarez Távora. Em 1912, os academicos de medicina e farmacia reuniram-se no Cinema Odeon na rua dos Andradas, no mes de agosto e resolveram fundar "Centro dos academicos de Medicina e Farmacia", proposta do pelo doutorando Paula Esteves, que mais tarde seria professor catedratico de Terapeutica Clilnica da Faculdade de Medicina. Nicanor Letti - site nicanor.letti@terra,com.br
O Centro Academico e suas lutas
Em 1897, os estudantes de Farmácia e da Escola de Partos da Santa Casa, estavam se organizando para fundar a Faculdade de Medicina, publicaram o primeiro jornal estudantil de Porto Alegre -" O Acadêmico" seus redatores todos estudantes de Farmácia foram: Antonio Correa, Mario Guimarães, Raul Azevedo e Sulpicio Siqueira. Em 1898, fundação da Faculdade de Medicina e Farmácia e englobava tambem o Curso de Partos, no dia 25 de julho. O inicio do curso de medicina foi em março de 1899. A formatura da primeira turma de farmaceuticos foi em 1901 e dos médicos em 1904, entre eles havia uma mulher a Dra. Alice Maeffer. O paraninfo foi o Prof. Olinto de Oliveira e orador dos doutorandos foi Mario Totta. Em 1901, a Direção da Faculdade de Medicina, estava com o vice-diretor, pois Protásio Alves, diretor, fora chamado por Castilhos para auxiliar em decisões politicas no Palacio. Ele, o vice Alfredo Leal, recebeu um telegrama de Pinheiro Machado, comunicando a edição do decreto oficializando a Faculdade de Medicina e Farmacia. Foi uma festa que uniu a população e os estudantes, foguetearam o dia todo com fogos de bengala, que não explodiam, para não incomodar os serviços religiosos. E dividiram-se em duas facções, uma queria festejar e agradecer ao senador Pinheiro Machado e a outra desejava festejar em nome do deputado federal, amigo da Faculdade, Rivadavia Correa. O diretor republicano convicto, e amigo de Castilhos e Pinheiro Machado, anunciou que ele faria os agradecicmentos pela decisão do Governo Federal. E sairam pela rua da Praia, aos vivas e vivas, durante vários dias. As duas facções brigaram e soquearam-se na rua da Praia, em frente onde hoje estão as Lojas Americanas. O vice-diretor avisou que ele ia fazer um agradecimento em nome de todos. Em plena rua, o estudante de Farmácia Antonio Correa e Mello, discutiu em altos brados com Alfredo Leal, revidaram-se, e o estudante acertou a face do vice-diretor que caiu na calçada. Levantou ligeiro e já portando sua arma e acertou dois tiros no peito do rapaz. Faleceu ali mesmo, e foi uma disparada. Alfredo Leal permaneceu estático junto ao rapaz e felizmente aproximou-se o professor da Escola de Farmacia João Daudt Filho, e conseguiu por varias ruas, escapando-se da turba, chegou ao Palácio do Governo, e foram recebidos por Julio de Castilhos, depois de meditar, chamou o oficial e recolheu o vice-diretor ao quartel da Brigada na Praia de Belas, onde permaneceu quasi um ano aguardando seu julgamento. O enterro e o velório nas pequenas salas da Faculdade na rua da Alegria (Gen. Vitorino 50). No túmulo falaram o poeta e escritor Alcides Maya, e os irmãos famosos Alvaro e Augusto Porto Alegre. Eram anticastilhistas e isto foi um passo dificil para a Faculdade, por outro lado ela foi coberta pelo manto poderoso do Governo Federal. E este fato ajudou a se manter viva. A Faculdade continuou e o Prof. Diogo Martins Ferraz inaugurou no mesmo ano a primeira Biblioteca , eram 350 volumes, doados pelos professores, na maioria na lingua francesa, e foram utilissimos para a formação dos primeiros médicos. No ano de 19o2, foi o do julgamento de Alfredo Leal, no grande juri. Presidido pelo Prof. André da Rocha, e mandou a Brigada Militar afastar a tiros de mosquetão a estudantada que começou aos gritos pedir a condenação do professor. Ele foi defendido pelos famosos advogados :Plinio Casado, Germano Hasslocher, James Darcy e Timoteo da Rosa e foi absolvido. O advogado do aluno o Dr. Andrade Neves acusou o cel. Marcos de Andrade de ter "cabalado" o
juri. Nicanor Letti - site nicanor.letti@terra.com.br.
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